CuritibaPREV censura conselheiros e acaba com a paridade nas decisões
Indicados da Prefeitura nos Conselhos da CuritibaPREV garantem maioria e dificultam o diálogo entre os conselheiros
Durante a reunião do Conselho Deliberativo da CuritibaPREV, que ocorreu na manhã desta última segunda-feira (4), os representantes indicados pelo governo Greca executaram mais uma manobra para garantir a maioria dos votos nas reuniões do Conselho.
Com a aprovação do Regulamento Eleitoral no Conselho Deliberativo, a cadeira ocupada pela Associação dos Aposentados deixa de existir, pois a partir de agora somente os inscritos na CuritibaPREV poderão se candidatar para membro do conselho, o que não é possível para quem já está aposentado.
Na prática, isso acaba de vez com o princípio de paridade. O presidente e vice-presidente do Conselho são escolhidos a dedo pelo prefeito Rafael Greca. Isso significa que pautas, questionamentos e reivindicações que prezam pela transparência e defesa dos servidores de Curitiba continuarão sendo constantemente ignoradas pela maioria do Conselho.
Isso também afeta a participação dos representantes dos servidores municipais, pois essa obrigatoriedade na participação no CuritibaPREV está sendo forçada para todos os candidatos.
A farsa da paridade dentro do Conselho não é algo recente. A própria cadeira da associação dos aposentados é indicada pela Prefeitura, o que revela a subordinação política dessa associação. Desde a primeira reunião os representantes dos aposentados votaram de acordo com os interesses da administração. A proporção de três contra três para garantir o diálogo entre as diferentes partes sempre foi uma enganação da Prefeitura.
Além das manobras presentes no Regulamento Eleitoral, a maioria do Conselho também aprovou um Estatuto e um Regimento Interno genérico e repleto de falhas intencionais para impedir a organização e mobilização dos servidores municipais contra as decisões unilaterais que poderão ser impostas pelo CuritibaPREV.
Uma dessas irregularidades absurdas se encontra no artigo 24 do Estatuto, que obriga os membros do Conselho Deliberativo e Fiscal a “guardarem sigilo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido divulgada nos termos da política de divulgação de informações da EFPC a ser aprovada pelo Conselho Deliberativo”. Ou seja, até que a proposta seja aprovada pelo Conselho, a informação não poderá ser debatida junto com a categoria e sequer divulgada, sob pena de processo administrativo e expulsão do conselheiro.
Essa imposição da maioria do Conselho vai contra a Constituição Federal que, em seu artigo 202, parágrafo 1º, garante aos participantes de planos de previdência privada o “pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos”. O que a Prefeitura quer realmente é aprovar medidas sem que ocorra mobilização contrária. Se houver uma proposta de aumento da alíquota, por exemplo, não poderá haver divulgação da pauta até que ela seja aprovada.
Os participantes do plano têm o direito de saber como as aposentadorias estão sendo administradas! Em caso de má gestão, quem arca com as consequências não será a CuritibaPREV, nem o governo que indicou os representantes dos patrocinadores, mas sim quem sustenta o plano de previdência privado.
Cancelamento da Inscrição na CuritibaPREV
Para os servidores nomeados que foram inscritos automaticamente na CuritibaPREV, há um prazo de 90 dias para cancelar a inscrição e receber o valor do retroativo. Já aqueles que foram nomeados a partir de setembro de 2017 antes do funcionamento do plano, a Prefeitura está enviando uma documentação para que a inscrição desses servidores seja feita.
Antes de tomar uma decisão sobre entrar no plano de previdência privada, entre em contato com o Sindicato para saber mais informações sobre o plano. O conjunto de sindicatos que representam os servidores municipais de Curitiba, vão organizar nos próximos meses um seminário sobre a CuritibaPREV e a Reforma da Previdência. Fique atento para participar e garantir os seus direitos!