A morte trágica do companheiro, Roni Fernandes, na última sexta-feira, que levou três tiros no momento em que bandidos fugiam após terem acabado de assaltar uma casa de doces no centro da cidade, nos leva a refletir sobre pontos importantes do cotidiano da GMC nos últimos tempos.
É sabido, que a violência que afeta as grandes capitais, tem aumentado em escalas geométricas nos últimos anos e que o Brasil aparece nas primeiras posições entre aqueles com mais mortes por arma de fogo no planeta. Não é exagero falar, pois as estatísticas mostram, que Curitiba figura entre as capitais mais violentas do país e assim vai…
Da mesma forma, é inerente a atividade policial, após o atendimento de uma tragédia, entender o que ocorreu e quais foram as circunstancias que levaram ou contribuíram à concretização do fato. Ainda que na prática, exista um sem-fim de coisas que possam dar errado, é possível dividir algumas categorias de situações, que caso não existissem, seria evitável o acometimento da tragédia.
Roni retornava do “Bom Retorno”, curso de aprimoramento ministrado no Salão de Atos no Parque Barigüi. Ao ser escalado para realização do curso é imposto ao guarda municipal à obrigatoriedade do uso do uniforme durante sua duração, o que aumenta a exposição do servidor nos deslocamentos de idas e vindas até o local.
Além deste fator, assim, como tantos outros guardas municipais, Roni estava em horário de almoço, transitando pelas ruas da cidade, uniformizado.
É sabido por todos da corporação, que desde o início deste ano, por ato unilateral da PMC, vem sendo imposto a vários guardas municipais o cumprimento de horário de almoço de uma hora, sendo obrigatório que o GM feche sua folha ponto ao iniciar o horário de almoço e reabra em seu retorno, nos moldes aplicados aos servidores públicos de repartição. Este período não é pago como hora trabalhada para o servidor.
Além de ser incompatível com a atividade policial, esta escala expõe o GM a um risco superior aquele que lhe é efetivamente pago.